"É possível ser bem sucedido na carreira sem se tornar
chefe", é o que diz Yuri Trafane, professor de gestão e sócio diretor da
Ynner, empresa de consultoria e treinamento. De acordo com ele, há empresas que
oferecem a possibilidade de crescer profissionalmente sem liderar.
"Por exemplo, um cientista que continua fazendo pesquisa em
vez de liderar pesquisadores, um engenheiro que assume a responsabilidade
técnica por projetos mais sofisticados ou um vendedor que negocia com clientes
mais importantes sem ter que liderar uma equipe."
Segundo Trafani, a maioria das pessoas acredita que o
crescimento profissional está diretamente ligado à promoção para cargos de
liderança e esse trajeto é quase obrigatório entre os colaboradores.
"Por outro lado, o que se nota no mercado atual é que
muitos profissionais não almejam liderar e não se sentem confortáveis com isso,
mas são movidos pela remuneração", diz.
Para Luiz Pagnez, headhunter do site Recrutando.com, a definição
de sucesso varia muito de pessoa para pessoa. "Se o sucesso está ligado ao
reconhecimento financeiro e status, alcançar posições de gestão e chefia será
importante."
Entretanto, para outros profissionais o sucesso não está
associado necessariamente a uma posição hierárquica na empresa e sim ao
sentimento de realização profissional.
"[O sucesso] pode estar relacionado à liberdade de fazer o
que gosta e ser reconhecido pelo seu grupo social como uma referência naquele
assunto, um mestre, um especialista, por exemplo."
Nesse cenário, o profissional pode se tornar um um consultor
técnico, que vende seus serviços especializados para as empresas, sem ter
vínculo com elas.
"A vantagem é continuar fazendo o que gosta sem ter que
assumir um papel de chefe ou líder. Mas é preciso assumir uma postura de
empresário, correr atrás dos clientes e se sujeitar à instabilidade do mercado
e das receitas", diz Trafani.
Liderar ou não, eis a questão
Para o funcionário, a escolha é decisiva. Se ele assume uma
posição de líder e depois tenta retornar para o cargo antes ocupado, pode
comprometer sua carreira.
"Se o profissional continuar na liderança sem gostar
daquele papel, ele não terá sucesso. Se retroceder, haverá uma marca profunda
no currículo, pois sair da gerência para compor novamente a equipe seria dar um
passo para trás", afirma Trafani.
A solução, segundo o especialista, pode estar em um teste
prático que poderá poupar tanto a empresa como o funcionário de uma experiência
desgastante.
"A empresa pode oferecer ao profissional a chance de
vivenciar pequenas experiências de líder. Assim é possível provar essa
liderança sem precisar exercê-la de forma irreversível."
Para a empresa, a escolha errada da liderança também tem
resultados ruins. "Perde um ótimo profissional na equipe e ganha um mau
gerente", afirma o especialista.
Recusar cargo de chefia pode quebrar confiança
Segundo Pagnez, outro ponto que deve ser levado em consideração
é que, geralmente, quando a empresa oferece uma posição de chefia para um
profissional, além das habilidades técnicas e comportamentais exigidas,
existe a questão da confiança.
"Estão te oferecendo o cargo porque confiam em você. Ao
recusar o convite, poderá passar a impressão que 'está deixando a empresa na
mão' e pode haver uma quebra de confiança."
Neste caso, explica o headhunter, o profissional precisa
dialogar e explorar alternativas sem deixar transparecer que aquele convite não
é interessante para ele.
Texto extraído de Uol Economia – Empregos e carreiras
Tadeu Artur Cavedem
Palestrante motivacional
Consultor comportamental
Celular: 11 9 9989-4865
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