Uma
pesquisa da consultoria Lee Hecht Harrison feita nos Estados Unidos em 2014
mostra que 63% dos profissionais conseguem mudar de emprego por causa da
indicação de um conhecido. O cultivo da rede de contatos é uma atividade
essencial para a carreira, e a maioria das pessoas sabe disso — ainda mais num
ano em que os laços precisam estar fortalecidos.
No entanto, por timidez, introversão ou
falta de tempo, muita gente detesta fazer networking e abandona essa atividade.
Para quem tem essa indisposição, o jeito é treinar até que a tarefa seja encarada
com naturalidade. “É preciso exercitar o incômodo para aprender a lidar com ele
em vez de simplesmente ignorá-lo”, diz Devora Zack, consultora de carreira e
autora do livro Networking for People Who Hate Networking (“Networking para
pessoas que odeiam networking”, numa tradução livre, sem edição no Brasil).
Pode até parecer uma missão impossível, mas
entender o networking como um programa de academia pode contribuir para
incorporar a prática sem estresse.
Timidez sob controle
A dificuldade de falar em público e de se
apresentar às pessoas fez com que Sergio Mattos, de 46 anos, do Grupo Richers,
empresa de consultoria do Rio de Janeiro, se sentisse paralisado.
Para lutar contra o problema, ele passou a
frequentar as aulas do Clube do Networking, um local em que profissionais se
reúnem para treinar técnicas de conversação, conhecer pessoas e fazer negócios.
“Precisava vencer minha timidez e ver o networking como algo natural”, afirma
Sergio.
O trabalho para superar o problema foi
intenso e incluiu até escaladas no Pão de Açúcar e salto de paraquedas. Com
isso, ele percebeu que encarar uma plateia ou conversar com desconhecidos não é
assustador. Mas, quando vai passar por situações desse tipo, ele se prepara.
“Penso em jeitos de abordar temas e ensaio antes”, diz. “O início é mais
complicado, mas depois ganho confiança e me solto.”
Os dez exercícios para
fortalecer seus contatos
Admita que
é importante
A primeira coisa é se conformar: ter uma
boa rede de contatos faz a diferença e abre portas para movimentações. Além
disso, conversar com pessoas de sua área ajuda a se manter informado sobre como
anda o mercado em várias empresas — e a descobrir se uma vaga interessante está
aberta.
Despiste o
constrangimento
O networking é uma batalha para quem tem vergonha.
Quando for impossível fugir do desconforto, deixe as situações o menos
constrangedoras possível. “Chegar mais cedo a uma reunião, quando ainda há
poucos participantes, o coloca em um ambiente calmo para conhecê-los”,
afirma Devora.
Timidez
não é defeito
Não tenha receio de parecer pouco
conhecido, muito menos de não estar entre os mais falantes. “Muitos têm redes
imensas, porém mal nutridas”, diz Anna Cherubina, da Fundação Getulio Vargas de
São Paulo. Mantenha os contatos sempre ativos para que exista de fato uma
conexão.
Crie
coragem
Enfrente seus medos e prepare-se para as
novidades. “A negativa já é garantida quando você não tenta”, diz Mauricio
Cardoso, fundador do Clube do Networking, do Rio de Janeiro, que ajuda pessoas
a desenvolver a técnica. “Invista 20 segundos de coragem para pegar o telefone
e ligar para quem o atrai.”
Fale
pessoalmente
As redes sociais não podem ser as únicas
ferramentas de contato. “Ganha-se mais confiança pessoalmente”, diz Paulo
Campos, professor do Affero Lab, de São Paulo. A internet deve ser encarada
como um meio de pesquisa — dá para encontrar assuntos em comum, por
exemplo.
Vá devagar
Um bom networking pode ser iniciado até com
os amigos dos amigos. Dessa forma, você fica mais confortável ao não se sentir
abandonado em um ambiente cheio de anônimos. “Quando não se tem traquejo, a
melhor maneira de treinar é com quem você já se relaciona”, afirma Paulo
Campos.
Mostre seu
valor
Na medida do possível, deixe seus
interesses claros. Antes disso, dedique algum tempo a entender quais são seus
pontos fortes e o que você pode oferecer às outras pessoas. Quando há troca de
informações e a certeza de que um está disponível para ajudar o outro, o
contato se fortalece.
Tenha
disciplina
Uma lista de contatos valiosa não cairá do
céu, embora possa ser cultivada aos poucos e com pequenos passos. Uma vez
estabelecida, tende a se estender com o passar do tempo. Dependerá de seu
empenho em manter o relacionamento com as pessoas-chave para que sua rede
continue fortalecida.
Encare
como parte do trabalho
Recorrer a uma pessoa fora de seu círculo
de trabalho não é errado. Se seu objetivo estiver claro e a informação a
dividir não for sigilosa, não haverá problema nenhum em conversar sobre o
assunto e pedir conselho a uma pessoa que você admire — mesmo sem existir,
ainda, um vínculo próximo.
Ouça
mais
Quando for se encontrar com alguém pela
primeira vez ou se apresentar a um contato em um evento, tente ouvir mais do
que falar. Formule, de antemão, algumas perguntas que você gostaria de fazer.
Isso vai demonstrar seu interesse e ajudá-lo a colher informações para os
próximos encontros.
Texto extraído de Exame.com
Tadeu Artur Cavedem
Consultor comportamental
Palestrante motivacional
Celular: 11 9 9989-4865
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